quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Crônica: Falta de Controle



       Estava no cinema em família assistindo ao filme “Karatê Kid”, ou melhor, tentando.
As mulheres atrás de mim estavam praticamente morrendo de tanto rir! Era aquela risada que perturba quem está perto  e que você tem vontade de virar para trás e dizer “se controle por favor, que estou tentando assistir ao filme” ou então “Cala boca”. Não queria atrapalhar as moças, pois estavam se divertindo muito, ou então me faltava coragem, mas também não tinham o direito nenhum de atrapalhar o horário de lazer dos outros. Elas chacoalhavam a cabeça com um rabo-de-cavalo para cima e para baixo desesperadamente, faziam altos cometários, batiam palmas, falavam o tempo todo e para piorar não tinham um fenômeno muito importante para o ser humano: o bom senso. Será que nunca haviam ido a um cinema, e portanto, não sabiam como se comportar? Não, não poderia ser. Imagina, deviam espantar praticamente todos os homens que se encontravam, apenas com aquele riso descontrolado, que na verdade assustaria qualquer um. Em momentos tristes faziam um mar no chão de tanto chorar. Já em horas felizes riam por qualquer besteira que acontecesse. Nas partes em que havia luta, gritavam. Eram o tipo de pessoa que realmente “entra dentro do filme”. Havia pelo menos uma coisa boa, não chutavam minha poltrona. Porque se precisassem das pernas também para rir seria a gota d’agua!
Antes de começar a frequentar um cinema todas as pessoas do deveriam treinar em casa. Como? Assistindo a todos os gêneros existentes: comédia, drama, terror, romance, comédia- romântica… e quando estivessem certas que tem um pouco de auto-controle poderíam frequentar a um lugar no qual tivesse outras pessoas ou então não assistiriam aquilo que sabiam que não estavam prontas. No meu caso por exemplo, tenho quase certeza de que nunca estarei pronta para ir assistir a um filme de terror.
Também é horrivel quando você pede para a pessoa calar a boca e esta te ignora. O que fazer nesses momentos? “Causar” no cinema? Arrancar a lingua dela fora? Chamar algum funcionário? A última opção normalmente seria a mais recomendada, porém eu pessoalmente não gosto de perder o filme por nada neste mundo (apenas em casos extremos, é claro). Sorte que, desta vez não aconteceu comigo.
O filme já havia acabado, e as loucas passaram por mim. Que vontade de falar tudo aquilo que estava preso na minha garganta por duas horas, mas não. Eu ao contrário delas tenho o fenômeno importante para qualquer ser humano. Segui meu caminho até o elevador.
  

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